quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

I'll Take Care Of You - 6° Capitulo

"Nós aceitamos o amor que acho que merecemos"
- Charlie :)

Querido Amigo                                        - 31 de Fevereiro de 2000

Hoje recebi a visita de uma grande amiga de infância, a Mary Elizabeth.Não a via a quase 3 anos.
Também nem sei como ela descobriu que eu estava aqui, e nem onde ficava o hospital.Só sei que sentia muita falta de sua companhia. Ela me levou ao starbucks, não sei bem, mas acho ela muito bonita.
Não que eu estivesse interessado, alem do mais, Mary (clica) é bem mais velha que eu.Acho que não seria legal pensar essas coisas, tenho prometido que me manteria fiel até mesmo mentalmente a Helena.

- Querido esta tudo bem?                     - minha mãe insistia em achar que havia alguma coisa
- eu to bem                                           - olhei fixamente em seus olhos passando essa certeza a ela
- eu fico mais aliviada

Fiquei calado, fitando o chão.Acho que Helena não pode vir me ver hoje.A três dias que não a vejo, e quando isso acontece não me sinto muito bem.Parece até que alguém arrancou uma parte de min.
Olha ainda bem Craing não pode ler mentes, porque se pudesse nesse momento estaria chorando de rir das minhas dramáticas palavras.

- visita pra você Charlie                         - disse Dave abrindo a porta e dando passagem a Helena
- Bom eu vou, tomar um café com Dave   - eu sabia que era uma desculpa para não atrapalhar
- me desculpe não pudi vir antes               - ela me olhava atenta ao que eu iria dizer
-  tudo bem                                            - sorri, meio bobo olhando para ela
-Charlie (...)                                           - disse ela se enrolando

A fitei esperando que ela dissesse algo

- o Natal está chegando e ... eu  (...) queria que .. v-você passasse comigo e com a minha família
- seria ótimo                                            - disse no impulso

Ela me olhava sorrindo, e eu fitava seus olhos cor de me.Era incrível o jeito com que seu sorriso me fazia sorrir automaticamente.

Algumas dias haviam se passado.E hoje Helena almoçaria com a minha família.
Já estava todo arrumado, não podia fazer feio para ela e seus pais.Acho que nunca pronunciei que paciência
era uma coisa que eu realmente NUNCA tive.
Não demorou muito, e ouço a campainha tocar.Desci correndo, mais desacelerei para que não parecesse que sou louco u.u
Logo que abri a porta, meu olhar se direcionou a ela.Que estava deslumbrante, uma verdadeira princesa.
Ela sorriu, dei passagem para que pudessem passar.
Confesso que fiquei envergonhado com a presença de seus pais, até porque, pensando que um dia eles serão bem mais que "os pais da Helena".

- sintam-se em casa        - minha mãe conseguia ser gentil, acho que esse é seu natural
- é uma bela casa           - disse Maria Fernanda olhando tudo e sorrindo para ela
- é (...) realmente uma casa linda     - agora Carlos pai de Helena, se manifestou também sorrindo

Helena não pronunciou nada, apenas veio em minha direção e me abraçou.A segurei mais forte, era tão bom saber que ela podia estar bem com a minha presença.
Sorri a soltando e segurando sua mão.Acho que ela havia intendido que iria lhe mostrar a casa.

- você mora aqui a quanto tempo?           - ela disse olhando cada canto dos cômodos
- acho que (...) a uns .. 7 anos                  - seguia seu olhar
- Charlie (....) você nunca conheceu seu pai?    - ela parecia incomodada ao perguntar isso
- não princesa                                                  - sorri ao ver sua expressão confusa
- como você consegue? e-eu não intendo         - agora quem não intendia nada era eu
- consegue o que?
- você nasceu abaixo da linha de pobreza, cresceu sem seu pai, com 11 anos te diagnosticaram com câncer, passou metade da sua infância em um hospital, Charlie eu (...) realmente não teria a mesma força de vontade de ser feliz, ou pelo menos encontrar um sentido pra vida como você   - ela parecia triste ao dizer isto

Ela parecia tão orgulhosa de mim, e ao mesmo tempo triste.Ela me descreveu como um herói, o que fez me sentir seguro de que eu posso mais.Aquilo foi (...) foi tudo pra eu perceber de que ela é realmente INCRÍVEL.De que ela era a pessoa que me completava, que era o motivo dos meus sorrisos de todos os dias.Estava pensando no que responder para o que ela havia me dito.Eu só queria a abraçar e dizer que queria ela sempre ao meu lado, para  que eu pudesse a proteger de todo o mal.E só o que conseguir dizer foi:

- Olha eu não faço ideia   - agora eu não sabia se ria, ou se me mantinha serio '-'
- Bobão                          - ela disse rindo da minha bipolaridade
- Eu tive que aceitar, não houve escolhas   - disse olhando no fundo de seus olhos
- Eu me sinto bem em saber que você existe, que é tão forte e é um bobão - ela ria
- E eu me sinto bem em saber que você está aqui - a abracei como se jamais fosse a soltar de novo

Eu NUNCA mais me sentiria INFINITO como naquela noite, não desfavorecendo o dia no campo que passei com ela.Mais eu sabia que estar ao lado de Helena seria a cada momento mais  INFINITO.

Eu estou sendo muito gay e dizer essas coisas pra você? É que sempre me lembro que Craing e que estaria me zuando agora.Acho que ele faz falta, apesar de ser arrogante em pensar que qualquer coisa que envolva sentimento seja coisa de gay.Talvez ele devesse encontrar alguém que o faça mudar dessa opinião.
Espero que isso não demore, ele jamais se sentiria tão bem quanto eu me sinto quando estou com Helena.

Com Carinho,
Charlie

Então, eu acho que somos o que somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas.

As vantagens de ser invisível

Meninas espero que tenham gostado, um beijo (:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

^^